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RODEIOS Peões Valentes e de Muita Coragem


A temporada dos rodeios, um dos eventos que mais cresce no Brasil, já começou. Competidores fazem desta vida uma arte. A arena torna-se o palco das apresentações.

Vida de peão de boiadeiro não é tarefa fácil. Desafiar touros e cavalos bravos exige determinação, coragem e amor à profissão. Antigamente, não existia caminhões para transportar o gado que precisava ser transportado de um estado para outro. A boiada ia a passos lentos. Os peões acompanhavam os bois em cima dos cavalos. Demoravam dias e, até mesmo, semanas. Estes homens não tinham qualquer tipo de diversão. Por este motivo, inventaram um desafio: quem conseguisse ficar mais tempo sobre os animais selvagens ganhava a disputa.Como Barretos era ponto de encontro entre as comitivas que cruzavam os estados, a moda pegou. Em 1955 a disputa foi oficializada e aconteceu a primeira Festa do Peão de Boiadeiro do Brasil, organizada pelo Clube dos Independentes de Barretos. De lá para cá o rodeio se tornou um esporte oficial e é um dos que mais cresce no Brasil.


Devoto de Nossa Senhora Aparecida, o caipira que lida com modernas tecnologias cultiva também suas tradições. O peão boiadeiro do interior de São Paulo é uma mistura. Seus antepassados vieram de todas as partes do Brasil, com muita coragem, em busca de um sonho: trabalhar e viver melhor. Os repórteres Marcelo Canellas e Luiz Quilião foram a Presidente Prudente, oeste de São Paulo. Lá encontraram esse homem do campo que procura oportunidades em território muitas vezes hostil e leva a vida sem largar o chapéu. A ferro e fogo, a terra xucra foi dominada à força. Hoje boi tem mordomia: banho de chuveirinho. A tecnologia avançada faz a vaca produzir bezerro campeão. Mas no tempo dos pioneiros, vir para o oeste de São Paulo era como se embrenhar na mata bruta. Em termos relativos, até que nem faz tanto tempo assim. Na primeira metade do século passado, toda essa região oeste do estado de São Paulo era conhecida como “boca de sertão”, um lugar tão agreste e inóspito que só os mais destemidos tinham coragem de desbravar. Gente de todo o país foi chegando e dando um rosto ao peão da boca de sertão. “Viemos em um pau de arara sofrendo mais do que papagaio em oco de pau apertado”, lembra um peão. Quando Zé Genésio chegou de Alagoas tinha 4 anos de idade e a vida pela frente para aprender seu ofício, sua paixão. “Se for para laçar, nós ‘laça’. Se for para apartar, nós ‘aparta’. Então, todo o movimento do gado é comigo”, afirma um senhor. Onde está o peão, está o chapéu. E onde está o chapéu, está Nossa Senhora de Aparecida. “Quando não está no chapéu, está no coração”, aponta um peão. É só uma das muitas tradições que o pessoal preserva. Zezito cai na mata em busca da casca do capixingui. Ele arranca, mas só o pouquinho, para que árvore se regenere e crie nova casca. “Sai uma tinta dela, vermelha, da cor dela mesmo. Eu aprendi com os antigos peões. A gente vai os vendo fazer os trabalhos, e aí a gente vai aprendendo”, ensina Zezito. A casca é moída e vira um pó vermelho, que é jogado em um cocho para tingir as tiras de couro. Os próprios peões trançam o couro para fazer todo o equipamento de montaria. O jeito de tratar o touro também é diferente. Os peões vão trançando a corda entre as pernas do bicho e logo o gigante de meia tonelada cai feito criança. Estica-se bem a corda para ele não espernear. E, quem diria, peão vira manicure! É para acertar o casco do touro e evitar que ele pise em falso. Os animais vão se acostumando com o tratamento e passam até a cooperar. A disciplina dos burros e dos cavalos da tropa da Fazenda Vista Bonita é exemplar. Ao estalo do chicote, entram rapidinho, numa ordem unida. “Interessante que fica um do ladinho do outro e não se mexem. Tudo é um amigo do outro. Vamos ficar que nós vamos trabalhar é agora! Entrar em ação! E o obedecendo o sargentão. Tem que obedecer, senão vai para cadeia”, comenta um outro peão. Cada peão apanha a sua montaria e vai saindo em linha. No meio da peonada, há alguém muito especial. A filha de Zé Genésio aprendeu o ofício com o pai. “Eu monto desde os 14 anos”, conta ela, que sai a galope com os outros peões, tocando a boiada. Não há nada que um peão da região da boca de sertão goste mais do que andar a cavalo. Bem, quase nada... “Uma musiquinha sertaneja é boa”, comenta. É o jeitão do lugar que, aliás, não é a toa que se chama boca de sertão. ”Eta mulher chorona. Chora feito uma sanfona. Arruma as coisas e diz que vai embora. Daí a pouco se arrepende e chora. Chora de amor, chora de paixão, chora de saudade, chora de emoção. Chora quando quer, chora sem parar. Mulher chorona, chega de chorar”, canta um peão. Nossa próxima parada é em Mato Grosso do Sul. Veja o encontro de nossos repórteres com o peão de comitiva, nos pastos e alagadiços do Pantanal.

(FONTE: Bom dia Brasil - Globo)


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